terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

O poeta que liga

Por Gerson Cunha o Reporter Elo*
Onde a boa vida é, em grande parte, uma questão de utilização do conhecimento. Adaptar-se as necessidades da sociedade, que está em constante transformação, exige versatilidade e estudos intensos. Isto tudo num estado de harmonia e equilíbrio.Para isto é preciso ler e experienciar o conhecimento. Englobando as necessidades, habilidades e vontades, conjuntamente com a meta de vida que se tem. E a meta comum a todo o cidadão é vencer financeiramente, mas a isto devemos, também, acrescentar a felicidade de ser útil ao crescimento de nossa sociedade. Este ensejo quer nos transferir a idéia de que devemos achar nossa missão de vida e assim, termos um confortável modo de viver. E para isto necessitamos criar um plano e o seguir. Mas para criarmos um plano de sucesso executável, é preciso muita leitura, observação e pesquisa. Juntando ao aprendizado os erros e acertos dos outros.Somos vítimas do sistema, se não percebermos nossas fraquezas e as corrigirAs pessoas de sucesso corrigiram seus pontos fracos, e os mais freqüentes, hoje em dia, são; os vícios, a preguiça, a falta de conhecimento, a inveja, o acomodamento e o hábito de gastar mais do que se ganha. Isto para citar só alguns.Olhe-se no espelho e descubra seus errosUma personalidade agradável obtém sucesso mais facilmente. A propósito, eu me olho no espelho e me pergunto; O que que é? Percebo minha face invocada e me respondo – Quero o melhor de mim. O leitor deve desafiar-se ao espelho. Vencer os próprios limites, é vencer de verdade. Trocar erros por acertos é a maior vitória.Ensinar é a melhor maneira de aprender o que se está estudandoOrganizo os conhecimento que adquiro e o espalho. Talvez, para muitos, eu seja um paspalho, mas para mim não sou. O vocábulo educar vem do Latim "educo", que significa desenvolver-se de dentro para fora. Então educar significa ser autodidata, isto é, se ensinar, aprender sozinho por meio de leitura e experimentação. É claro que para ser um cirurgião, um engenheiro ou outra profissão que possa colocar em risco a vida de outras pessoas, é preciso um mestre, mas a maioria das coisas aprende-se autodaticamente. Mas é preciso esforço e muita boa-vontade, além de um mínimo de afinidade com a atividade proposta. Este texto dá uma pausa para uma históriaEra uma vez um político (marrom) que se casou com uma mídia (marrom), e os dois foram morar numa fazenda. Lá constituíram suas vidas. Certo dia, passeando pela floresta, encontraram um filhote de águia. Colocaram-no no galinheiro e o chamaram de "povo". Ali, no galinheiro, a águia chamada povo comia na mão do casal mídia e político. O povo foi crescendo, embora fosse uma águia se comportava como uma galinha. Depois de algum tempo, a fazenda recebeu a visita de um poeta, que enquanto passeava pela fazenda encontrou o povo. Chamou o casal, e disse - Este pássaro aí não é uma galinha, é uma águia. De fato – disseram o casal. Mas nós o criamos como se fosse uma galinha e ele transformou-se em galinha. E colocamos nele o singelo nome de povo.-Não - retrucou o poeta.- O povo é, e sempre será uma águia. Pois tem coração e mente de águia. Um dia entrará em conjunção com a sua missão, e estes dois órgãos irão lhe mostrar a grandiosidade da vida.-Não, não deixaremos – insistiram – O povo virou galinha, e jamais voltará a ser águia.Então decidiram fazer uma prova – O poeta tomou o povo, ergueu-o bem alto e com palavras animadoras num tom desafiante disse; - Já que você é de fato uma águia e não uma galinha, já que você pertence às coisas grandiosas da vida, não fique ciscando e comendo migalhas. Abra sua mente e seu coração, suas asas, e voe!O povo pousado no braço do poeta, olhou distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas.Político e mídia comentaram:-Não dissemos, o povo virou uma simples galinha!-Não – Tornou a insistir o poeta – Ele é uma águia. E uma águia é sempre uma águia. Vamos experimentar novamente amanhâ.No dia seguinte, o poeta subiu com o povo no teto de uma biblioteca. Sussurrou-lhe:-Águia, já que és uma águia, abra sua mente e coração, suas asas, e voe!O povo em cima daquele prédio da biblioteca, recheado de livros, sentiu a vibração que emana da palavra e ensaiou um vôo. – O casal se entreolhou e se movimentaram, jogaram ao chão uma quantidade maior de ração.- Quando o povo viu a maioria das galinhas ciscando no chão, desceu e foi para junto delas.– O casal ensaiou um desejo de desistir da prova. O poeta sorriu e voltou ao seu intento.- O casal despistando disse; não adianta, o povo virou galinha. E além do mais seria muito perigoso para ele voar alto, cair e se machucar. Ou até mesmo, se rebelar, fugir e se perder.- Não respondeu firmemente o poeta. Ele é águia, e quando chegar a recuperar o seu poder, ele vai saber o que fazer. Amanhã tentarei de novo.No dia seguinte, o poeta e o casal levantaram bem cedo. E foram para fora da fazenda, no alto de uma montanha. O sol nascia na vida de todos.O poeta ergueu o povo para o alto e disse:-Povo, já que és águia, abra sua mente e coração, suas asas, e voe!O povo olhou ao redor. Viu a imensidão do mundo. Tremia como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então o poeta segurou o povo firmemente, apontou o rosto do povo aonde o sol iluminava e lá estavam os livros que livram. O vasto horizonte abriu-se na mente e coração do povo. Nesse momento, ele encheu o peito e abriu suas potentes asas e com um grito de liberdade ergueu-se, soberano, dono de si mesmo. E começou a voar, a sentir o gosto e a responsabilidade que traz a liberdade. O vento e o invento de sua imaginação criaram um mundo novo O povo voou e voltou. Perdoou os erros seus e do casal. Assim criaram um mundo equilibradamente harmônico. Moral da história: não nos contentemos com os grãos que nos jogam, busquemos nossos ideais e vivamos plenamente. Quem não quer isto, que vivamos plenamente, na verdade, são os corporativistas. Os donos de grandes marcas. Faça da sua vida uma grande e fraterna aventura.Viu. É básico ser-se para viver plenamente.Transforme a informação em conhecimento utilizável, e com o tempo será a experiência necessária para saber guiar a sua vida para um destino de sucesso e realização pessoal em prol de tudo e todos. A benevolência e altruísmo ainda vão ser moda, antecipe-se.A liberdade de poder fazer tudo, nós leva a fazer nada. Não seja uma marionete do sistema, seja o que você sabe e aprende com sua curiosidade. O mais que humano em nós só sai por meio de uma lapidação de nosso cartáter.
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*Escritor e acadêmico do curso de jornalismo da PUCRS.
Texto publicado em site Extemporâneo em outubro de 2005.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Empreendedorismo, saber e atitude

Por Carlos Júlio Lemos

Primeiro quero agradecer aos companheiros contemporâneos de site e extemporâneos de idéias, que me aceitaram nesse grande time: alunos e professores que usam o seu tempo livre, porque acreditam nas idéias que podem se transformar em ações positivas na escola e comunidade.

Construção do saber extemporâneo Alguma vez na vida você já esteve pensando: - Puxa se há dez anos atrás eu tivesse a experiência de vida que tenho hoje, certamente faria diferente, faria melhor ou teria uma grande vantagem competitiva!!

Agora pensando bem, cada pessoa tem ou é o resultado do seu esforço e ações visando metas preestabelecidas. Para o sociólogo “o homem é influenciado pelo meio em que vive”, os nutricionistas diriam que “se é o que se come”. Acredito ser o homem um feixe de hábitos, é o que faz repetidamente em sua vida. Por exemplo: focar-se em resultados positivos.

Então, percebe-se que quanto mais cedo nos damos conta de que com planejamento e estratégia, podemos alcançar nossos alvos, com mais facilidade e rapidamente conquistaremos a tão desejada vantagem competitiva: empresarial ou pessoal. E nesse caminho, percebemos que se não temos hoje àquela experiência que precisamos, certamente, necessitamos de orientadores ou professores. Esse vivenciado amigo que nos mostra caminhos, alerta para perigos e nos motiva a construir o conhecimento.

Aprendendo a empreender O empreendedorismo não se ensina - se incentiva (professor) e se vivencia (aluno). Creio no empreendedorismo como estratégia competitiva e como única alternativa viável no combate ao desemprego e as desigualdades econômico-sociais, pois os aspectos reais da economia devem ser produção, emprego e crescimento. O desemprego do homem deve ser tratado como tragédia, não como estatística econômica. Por isso, estimular a prática empreendedora torna-se, antes de tudo, uma profissão de fé.

Alguns empreendedores são natos, realmente nascem prontos; uns desenvolvem essa habilidade, outros, sequer se dão conta de seu precioso dom. Os extemporâneos podem nos dar algumas dicas. Mas, assim como não se nasce “empregado” – nosso sistema educacional nos ensina a ser “funcionário” – o empreendedorismo pode igualmente ser ensinado. Mas que fique claro uma coisa: empreendedorismo é um jeito de ser e não de saber. Está vinculado mais a atitude do que ao conhecimento.

Assim, empreendedorismo pode não ser apenas aprendido, mas apreendido; não apenas compreendido, mas vivenciado! Você tá ligado?

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Doutorando em Economia pela Unisinos e professor da Escola Técnica Irmão Pedro. Porto Alegre, RS

Texto publicado no site Extemporâneo em dezembro de 2005.

domingo, 11 de fevereiro de 2007

A maravilhosa arte de colocar elefantes em caixas de fósforos

Por Bárbara Garcia* "Até hoje toda a psicologia se deteve com preconceitos e receios morais. A psicologia não ousa aventurar-se até às profundezas." F. Nieztsche
A maravilhosa arte de colocar elefantes em caixas de fósforos (ou, era melhor ser Kaspar Hauser!)
Os seres humanos são pequenas bombas relógios.O trabalho dos psicólogos, da televisão e de algumas religiões é manter o detonador desarmado.O que você passa mais tempo fazendo: Lendo ou vendo TV?A televisão é um dos piores vilões da nossa saga. Ela dita moda e padrões sociais unilaterais. Em exemplo: os adolescentes, como todos sabem, são a raça mais consumista por impulso e motivos emocionais que já se ouviu falar. Pois bem, vamos a um exemplo bem pratico disso. Atualmente uma novela global vem mostrando o estilo de roupa country; chapéus, franjas e botas. Não demorou muito para TODAS as lojas, especialmente as de calçados, aderirem a esse estilo. E, pasmem!, Só hoje já vi umas quinze pessoas na rua com essas botas.Às vezes fico imaginado as reuniões na Globo: - Sabe em que eu estava pensando? Polainas.- Eram horríveis, mas vendiam bem.- A gente pode por na próxima novela, daí vira moda.- Não. Não. Tá louco? É feio demais, ninguém compraria hoje em dia.- Ah, compram sim. Liga para a alguma confecção e oferece um contrato exclusivo para fazer a linha de polainas da próxima novela da Globo. A publicidade manipula, trata o ser humano como um acéfalo, vazio e sem capacidade de decidir o que é o melhor para ele. Mas isso não é tão vergonhoso quanto dizer:"os publicitários estão certos".O exemplo que foi dado das botas é pequeno. Isso em grande escala pode fazer uma geração perder a identidade. Por exemplo, a nossa.Qual a verdadeira função da televisão? Meus bons amigos, é vender produtos. E indiretamente, fazer com que as pessoas se tornem mais emotivas e menos racionais. Ou alguém, por motivos racionais, paga 300 reais numa calça jeans?Foram inventadas regras sócias, padrões absurdos e conceitos de certo e errado que favorecem a quem? Pergunte-se sobre isso.A igreja, em especial as cristãs, são um belo exemplo a não ser seguidos. Pregadores da homofobia, preconceitos raciais, religiosos e culturais.Outro dia assisti a um daqueles programas da igreja universal, e vi uma encenação de como uma mulher havia perdido tudo por ter se envolvido com a religião umbanda. Agora raciocinem: A inquisição aconteceu porque os cristãos resolveram matar todo mundo que não tivesse a mesma crença. Já que eles eram os donos da verdade absoluta.Em significativos livros da religião Wicca, explica como eles foram quase extintos. Mesmo não sendo satânicos nem nada parecido, os católicos os queimaram em fogueiras. Os convertidos ainda pediram para acreditar em anjos, os católicos inicialmente aprovaram.Depois de um tempo, os cristãos notaram que os rituais para os anjos eram feitos em beiras de lagos e não nas igrejas. E isso era prejudicial para os negócios (Sim, os "negócios", porque não estavam falando de fé. Se os wicannos convertidos não fossem a igreja não pagariam dízimos).Resultado: A partir daquele momento, anjos estavam ligados ao satanismo e quem cresse nisso seria morto.A fé não é mesmo linda?Acho que esse assunto é um pouco forte. Por isso, não falaremos sobre como a igreja agia no período medieval ou como ela fechou os olhos e consentiu que o Hitler mandasse milhões de pessoas para campos de concentração. E existe uma explicação muito boa de qual o trabalho da psicologia, através do psicólogo, tem a função de convencer um elefante a entrar numa caixa de fósforos e ainda assim, obriga o pobre animal a dizer "estou feliz e confortável aqui". Mas eu acredito no futuro da humanidade e essa alienação da população deve ter uma boa explicação. Talvez os extraterrestres estejam planejando invadir a Terra e se formos totalmente desligados do mundo e da realidade, nem iremos nos importar com aqueles homenzinhos verdes entre nós.
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* Estudante do curso técnico de publicidade da Escola Técnica Irmão Pedro, Porto Alegre, RS
Texto publicado no Site extemporâneo, outubro de 2005.

Onde a saúde não tem saída, é sadia e sábia para manter a qualidade de vida

Por Gerson Cunha/Repórter Elo *
Nós, em maioria, cuidamos mais dos nossos bens materiais do que de nossa saúde. Isto até que, num belo dia, nos vemos sem saúde para sairmos na nossa bela e perfeita máquina (nosso corpo). Aí quando o mal estar se torna insuportável, recorremos a alguém, um médico, pedindo que nos devolva a saúde. Esta saúde que é nosso dever manter, agora está em mãos alheias.Para compreender-se se entreviste, converse consigo.A saúde possui algumas leis básicas para mantê-la, e segui-las é, no mínimo, natural. Ou nos tornamos artificiais? Saúde não é somente a ausência de dor ou preguiça, mas sim um estado mental positivo e operante. Cabe aqui ressaltar que a nossa vida, nosso corpo, não é somente um conjunto de reações químicas.Pausa para notarmos que, não somos, só impulsos elétricos.Virgulo, pontuo, confundo a regra por não sê-la.a sendo A sigoA poesia esguia, ergue a mente inquieta e surge.Soberana da árdua lutaDe mente e corpoA poesia descansa o espíritoO sigo, me sendoOnde eu parei? Sigo daqui!A saúde é não depender de agentes externos, tensões. È tornar-se menos vulnerável, é ser regular, não ótimo nem péssimo. È estar atento nas informações que o corpo remete a mente OUÇA-SE, VOCÊ É SEU MELHOR AMIGO. Pense sobre como você pensa e o que acha do seu pensamento. Você pensa que não é preciso pensar para viver? Ou, pensa que os outros têm que pensar por você? Ou ainda, você pensa por si só, ou somente acompanha a maioria? Em resumo, qual o nível mental que você anda por aí usando?
PENSAR É UMA ATIVIDADE TRABALHOSA
Acredite, sua vida e sua saúde dependem da qualidade do seu pensamento. Portanto, dedique alguns minutos por dia, para esta atividade, que parece óbvia, mas se pensar bem, poucas pessoas pensam verdadeiramente bem.
ABASTEÇA SUA MENTE LENDO DICIONÁRIOS
Investigue interiormente seu corpo, ouça suas dores, os recados mais íntimos de ser ser humano, só a gente mesmo é que ouve.
A VIDA É NATURAL E SOBRENATURAL, NUNCA ARTIFICIAL.
O pensamento é o fundamento (base), exteriorizar é falar. E a fala é o verbo, e verbo é poesia. Inevitável ciência.
SOBRE A NATUREZA SOBRENATURAL
Voam cavalos alados, a porteira está vigiada e aberta. Alazões para todos os lados.Vou montar neste, secretamente.E todos olham, eu sei. Não importa a porta abriu, bati com educação. Olha o solo lá, aqui no meu ouvido ouço a canção. Dança pingo dágua. A frenologia na quilina. sentindo o vento entrando em ondas na mente. Eu não vou passar do umbral, vou devanear neste terreno limitado. Sei estar sendo vigiado. Rio, respeitosamente, de alegria. Exerço a missão; aspirando e me inspirando espalhando o que não é, e o que pode ser PARADOXO ENTRE A POESIA E A REALIDADE EXTERNA, É A VIDA.
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*Gerson Cunha é acadêmico do curso de jornalismo da PUCRS.
** Texto publicado no site extemporâneo em outubro de 2005.

A questão da psicologia

Por Maria da Graça Lyra*
Durante muito tempo, e mesmo hoje em dia, a Psicologia tem sido cercada de fantasias e preconceitos.É uma especialidade, por vezes, vista como elitizada, ou vivida por pessoas com problemas mentais ou que estão ficando loucas. Porém, a grande verdade referente a Psicologia não se limita a esses conceitos, ou melhor, preconceitos. A Psicologia é uma ciência preocupada com o bem-estar do ser humano, no que concerne a sua vida pessoal, familiar e social. Não importa a causa – stress, síndrome do pânico, depressão, insônia ou auto-conhecimento -, a Psicologia busca os caminhos que possibilitem a solução ou a melhor forma de convívio com suas queixas ou anseios. O importante é o sujeito dar-se conta de suas questões, saindo de uma posição inicial de queixa, em que os outros – marido, mãe, entre outros - são os culpados de seus problemas.Este é um processo que depende muito mais da disposição do interessado em expor-se e revelar estas questões, obtendo o auto-conhecimento, para, então, submeter-se às mudanças que o processo trará.Cada pessoa tem a sua própria história, com vivências e experiências que são exclusivamente inerentes a ela, ou seja, cada indivíduo é um universo único.Todos temos, em intensidade diferente, problemas existenciais. Problemas que nos fazem sofrer, que nos angustiam, que muitas vezes nos fazem acreditar que a paz e a felicidade não existem, fazendo-nos desistir de nossos caminhos, muitas vezes de nossas vidas. Enquanto professores, convivemos com alunos – seres humanos – que enfrentam situações conflitivas no trabalho, na família, no relacionamento amoroso e que, muitas vezes, não têm como “encarar” uma terapia. Neste sentido, faz-se de suma importância o espaço destinado nas aulas de Psicologia para estes alunos, através de uma troca, de um auto-conhecer através de um espaço para ouvir e para falar de si mesmos, de seus desejos, seus sonhos, alegrias, e frustrações.É claro que de início, enquanto ouvintes, encontraremos certa resistência, pois não temos o hábito de falarmos em nossas questões – é muito mais fácil falar dos outros, projetando nossas frustrações neles, do que pensarmos em nossas próprias angústias -, mas após esse momento inicial, a dupla professor/aluno tem muito a ganhar: o aluno, por encontrar um lugar onde possa compartilhar seus sentimentos e ser ouvido; e o professor por realmente poder conhecer este sujeito que ali está.Para tanto, direcionamos esta prática inicialmente através de atividades até mesmo artísticas que, de início pareçam muito simples, mas sempre buscando um objetivo maior – permitir ao aluno pensar, falar em si mesmo.Com certeza, um caminho de constantes buscas de equilíbrio e felicidade. Vale a pena tentar!
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* Psicanalista e professora do Instituto de Educação João XXIII, Giruá, RS.
** Texto publicado no site Extemporâneo. Outrubro de 2005.