domingo, 11 de fevereiro de 2007

A maravilhosa arte de colocar elefantes em caixas de fósforos

Por Bárbara Garcia* "Até hoje toda a psicologia se deteve com preconceitos e receios morais. A psicologia não ousa aventurar-se até às profundezas." F. Nieztsche
A maravilhosa arte de colocar elefantes em caixas de fósforos (ou, era melhor ser Kaspar Hauser!)
Os seres humanos são pequenas bombas relógios.O trabalho dos psicólogos, da televisão e de algumas religiões é manter o detonador desarmado.O que você passa mais tempo fazendo: Lendo ou vendo TV?A televisão é um dos piores vilões da nossa saga. Ela dita moda e padrões sociais unilaterais. Em exemplo: os adolescentes, como todos sabem, são a raça mais consumista por impulso e motivos emocionais que já se ouviu falar. Pois bem, vamos a um exemplo bem pratico disso. Atualmente uma novela global vem mostrando o estilo de roupa country; chapéus, franjas e botas. Não demorou muito para TODAS as lojas, especialmente as de calçados, aderirem a esse estilo. E, pasmem!, Só hoje já vi umas quinze pessoas na rua com essas botas.Às vezes fico imaginado as reuniões na Globo: - Sabe em que eu estava pensando? Polainas.- Eram horríveis, mas vendiam bem.- A gente pode por na próxima novela, daí vira moda.- Não. Não. Tá louco? É feio demais, ninguém compraria hoje em dia.- Ah, compram sim. Liga para a alguma confecção e oferece um contrato exclusivo para fazer a linha de polainas da próxima novela da Globo. A publicidade manipula, trata o ser humano como um acéfalo, vazio e sem capacidade de decidir o que é o melhor para ele. Mas isso não é tão vergonhoso quanto dizer:"os publicitários estão certos".O exemplo que foi dado das botas é pequeno. Isso em grande escala pode fazer uma geração perder a identidade. Por exemplo, a nossa.Qual a verdadeira função da televisão? Meus bons amigos, é vender produtos. E indiretamente, fazer com que as pessoas se tornem mais emotivas e menos racionais. Ou alguém, por motivos racionais, paga 300 reais numa calça jeans?Foram inventadas regras sócias, padrões absurdos e conceitos de certo e errado que favorecem a quem? Pergunte-se sobre isso.A igreja, em especial as cristãs, são um belo exemplo a não ser seguidos. Pregadores da homofobia, preconceitos raciais, religiosos e culturais.Outro dia assisti a um daqueles programas da igreja universal, e vi uma encenação de como uma mulher havia perdido tudo por ter se envolvido com a religião umbanda. Agora raciocinem: A inquisição aconteceu porque os cristãos resolveram matar todo mundo que não tivesse a mesma crença. Já que eles eram os donos da verdade absoluta.Em significativos livros da religião Wicca, explica como eles foram quase extintos. Mesmo não sendo satânicos nem nada parecido, os católicos os queimaram em fogueiras. Os convertidos ainda pediram para acreditar em anjos, os católicos inicialmente aprovaram.Depois de um tempo, os cristãos notaram que os rituais para os anjos eram feitos em beiras de lagos e não nas igrejas. E isso era prejudicial para os negócios (Sim, os "negócios", porque não estavam falando de fé. Se os wicannos convertidos não fossem a igreja não pagariam dízimos).Resultado: A partir daquele momento, anjos estavam ligados ao satanismo e quem cresse nisso seria morto.A fé não é mesmo linda?Acho que esse assunto é um pouco forte. Por isso, não falaremos sobre como a igreja agia no período medieval ou como ela fechou os olhos e consentiu que o Hitler mandasse milhões de pessoas para campos de concentração. E existe uma explicação muito boa de qual o trabalho da psicologia, através do psicólogo, tem a função de convencer um elefante a entrar numa caixa de fósforos e ainda assim, obriga o pobre animal a dizer "estou feliz e confortável aqui". Mas eu acredito no futuro da humanidade e essa alienação da população deve ter uma boa explicação. Talvez os extraterrestres estejam planejando invadir a Terra e se formos totalmente desligados do mundo e da realidade, nem iremos nos importar com aqueles homenzinhos verdes entre nós.
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* Estudante do curso técnico de publicidade da Escola Técnica Irmão Pedro, Porto Alegre, RS
Texto publicado no Site extemporâneo, outubro de 2005.